... TRAPÉZIOS SEM REDE ...

Não me considero uma pessoa normal, acho que nunca fui, ou pelo menos tentei não o ser!...
Alucino com trapézios, desde sempre senti o fascínio de andar sem os pés no chão, o que nem sempre é possível, mas este meu trapézio dos meus sonhos tem rede, para me amparar as quedas, e foram tantas... Decidi optar pelos trampolins, voa-se um bocado, mas a força da gravidade volta a trazer-nos dos ares.
Gosto de calor, de frio, de ficar na cama quando chove, só tenho pena de não Ter asas para planar nas correntes de vento, mas não gosto de vento...
Gostava de não pensar, o pensamento só chateia, chega mesmo a torturar... e a consciência!? Essa então nem se fala!
O passado, esse já passou, ficam as lembranças, as lições, as mágoas e os óptimos momentos, aqueles que brindamos!
Aborrece-me o futuro incerto, imenso por descobrir, e lá vamos nós, sem saber o que nos espera... à descoberta!
Acordar todos os dias, lavar a cara, com água fria, primeiro contacto com a realidade, passar horas a pensar o que vestir, quando se acaba por vestir sempre a mesma coisa, comer qualquer coisa, e sair em busca do destino que me foi traçado, do futuro incerto que quero que seja certo.
E quando posso antes de adormecer dizer a sorrir: “adorei” ... é o que me dá mais prazer!